Absorvente interno pode levar você a morte

Absorvente interno aumenta risco de doença que pode levar à morte

 Absorvente interno, aumenta os riscos da síndrome do choque tóxico.

 Condição rara ocorre pela proliferação intensa de bactérias presentes no organismo.

A Síndrome do Choque Tóxico (SCT) é uma doença grave, porém rara, que pode levar à morte. Ela é causada por toxinas produzidas pela bactéria Staphylococcus aureus. Manifestada quase exclusivamente em mulheres, a condição foi primeiramente relacionada ao uso de absorventes internos de alta absorção e material sintético. Recentemente, uma modelo californiana ganhou a mídia ao contar sua história: ela precisou amputar uma perna após complicações causadas pelo SCT.

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Hoje, sabe-se que a SCT pode ser causada por outros fatores, incluindo a exposição a bactérias no ambiente hospitalar. No entanto, o uso de tampão ainda está associado ao maior risco da doença.

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O que é?

Segundo explica a ginecologista Rita Oliveira da Silva, da clínica Rezende (SP), a Staphylococcus aureus é uma bactéria que existe normalmente no corpo da mulher. No entanto, quando ocorre sua proliferação intensa, são produzidas toxinas em excesso, que causam a SCT. O uso prolongado de absorvente interno favorece essa multiplicação rápida.

Nos Estados Unidos, a incidência da doença é de apenas 0,0005%, sendo que metade dos casos ocorre em mulheres que fazem uso de absorventes internos.

Causas

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As causas exatas da Síndrome do Choque Tóxico não são completamente conhecidas. O ginecologista Daniel Luchesi, da clínica Livon (SC), conta que, nos primeiros relatos da doença nos Estados Unidos, notou-se que grande parte das pacientes que manifestaram a condição fazia uso de um absorvente interno que retinha muito fluxo e não era trocado. “Ficou estabelecido que o absorvente íntimo de grande capacidade e de uso prolongado serviria de meio para a propagação da bactéria responsável pela SCT”, diz. “Atualmente, com as mudanças na capacidade, componentes e padrões de utilização destes produtos, o número de casos caiu”, complementa.

Tamanho ou tempo de uso?

Mais relevante do que a capacidade de absorção do tampão é o tempo de uso. O maior risco está em permanecer com o mesmo produto durante muito tempo, já que o acúmulo de sangue retido nas fibras favorece lesões no canal e proliferação de bactérias. O tamanho do acessório deve estar de acordo com o fluxo menstrual.

A recomendação do Dr. Daniel é que a troca seja feita a cada quatro horas, já que o clima tropical do Brasil também favorece o aumento de bactérias. É importante notar que o absorvente externo não aumenta o risco da Síndrome do Choque Tóxico, mas pode levar a outros tipos de infecções bacterianas se usado de forma prolongada, sem troca.

Outras

Além do uso de absorventes internos, outra possível forma de contrair a doença é pela exposição a bactérias, especialmente em ambiente hospitalar, e após procedimentos cirúrgicos, quando há lesões na pele. Em outros casos, não é possível identificar o foco da infecção.

Sintomas

Os sintomas começam de forma súbita e depois evoluem para manifestações mais graves. Logo no início, o paciente pode apresentar:

  • Febre alta
  • Dor de cabeça
  • Dor de garganta
  • Olhos avermelhados
  • Cansaço extremo
  • Confusão e tontura
  • Vômitos
  • Diarreia
  • Erupção cutânea, semelhante a uma queimadura de sol, em todo o corpo

Após 48 horas, ele pode entrar em estado de choque.

Entre o 3º e 7º dia, a pele das palmas das mãos e plantas do pé se soltam.

“A Síndrome do Choque Tóxico provoca anemia e lesões nos rins, fígado e músculos, principalmente nos primeiros sete dias”, destaca Dr. Daniel.

Como tratar?

Como os sinais iniciais são similares aos de muitas outras doenças comuns, o diagnóstico da Síndrome do Choque Tóxico é dificultado. Porém, a Dra. Rita alerta que, na suspeita da SCT, o indivíduo deve ser hospitalizado imediatamente. “Se a ação não for rápida, há o risco de óbito”, afirma.

O tratamento deve ser em unidade de terapia intensiva (UTI) com uso de antibióticos por, no mínimo, 10 dias. É feita também uma drenagem no foco da infecção.

Como posso me proteger?

Dr. Daniel salienta que, atualmente, os absorventes internos são feitos de fibras de algodão e não mais sintéticas, como na década de 1980, o que diminuiu a incidência da doença. No entanto, ainda vale a recomendação de não exceder oito horas consecutivas de uso do mesmo tampão e, preferencialmente, trocá-lo a cada quatro horas, especialmente durante o clima mais quente.

Aos primeiros sintomas da doença, retire imediatamente o absorvente interno e procure um médico, informando-o que você estava usando um tampão.

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